terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Reflexões de ano novo

"(...) Hoje é o seu aniversário, e pode não ser o dia mais feliz do mundo, mas busque fazer com que os próximos sejam. Busque sabedoria que vem do alto. Procure soluções plausíveis e se não for possível não se abata. Brinque com os problemas e sorria. Encontre o amor que tanto deseja, se movimente e, por último, vá atrás dos seus sonhos. Não importa o que digam ou que falem, busque seus objetivos, mas somente os SEUS. Não deixe ninguém brincar com você. O melhor conselho que eu posso te dar é: Seja você mesma! (...)"
(Carta de aniversário - 14/01/2010)
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Porque hoje, com insônia, comecei a pensar na vida e constatei que meu ano está para começar realmente agora. Fui procurar coisas pra ler no computador e abri essa "carta" que meu namorado (na época, ex) me mandou no meu aniversário do ano passado, que, sem dúvidas, foi o pior que já passei.

Sem querer, comecei a fazer aquela retrospectiva que a gente costuma fazer no final do ano, mas que veio agora, porque lembrei que, antes da minha viagem de fuga, escrevi que estava com a leve sensação de que alguma coisa na minha vida iria mudar.

Pensando nisso, constatei que, realmente, em menos de quatro meses, minha vida mudou muito. O mais engraçado é que pros outros pode parecer que tudo voltou a ser como antes (e a sensação inicial, até pra mim, era essa mesma): Voltar pra casa, pro namorado, pra faculdade... Mas está tudo tão diferente, eu estou com a cabeça tão diferente, que a sensação é de que estou começando tudo novo, mesmo que de novo, como diz o Moska.

Olhei pra textos e fotos de um ano atrás e vi o caos estabelecido: 2010 também foi ano de coisas novas, pena que 80% delas muito ruins. Comecei o ano terminando um namoro. Fiquei mal. Fui excluída da igreja por falta de assiduidade. Larguei de vez. Conheci gente nova. Fugi pra uma cidade desconhecida, pra ficar na casa de gente desconhecida. Foi minha primeira viagem sozinha. Voltei. Fui pedida em casamento. Não aceitei. Enlouqueci. No meio disso tudo, fiz uma formatura fake, num momento que não podia ser pior.

Perdi a vontade, desanimei comigo mesma. Perdi a paixão pelo que mais fui apaixonada na vida: literatura e música. Fugi dos meus amigos. Tranquei a casa. Deixei os livros empoeirarem. Entrei em depressão.Emagreci. Entrei pra uma igreja que eu sempre critiquei. Desisti. Surtei. Fui pela primeira vez ao psicólogo. Não voltei. Larguei a faculdade. Cortei o cabelo. Viajei sozinha de novo. Pra fugir de novo e pra pensar na vida. Passei mais de um mês fora. Voltei pra casa. Voltei pros amigos. Voltei pro namorado. Tomei meu primeiro porre. Fiz mechas claras no cabelo. Daí 2010 finalmente acabou, graças a Deus, e que descanse muito bem longe de mim.

2011. Comemorei meu aniversário. Foi MUITO feliz. Tive a primeira crise histérica de TPM, quase provoquei um acidente. Fiz trilhas. Fiz a primeira viagem sozinha com o namorado, depois de anos. Voltei pra academia. Entrei pra um curso de revisores. Vou ser tia. Ganhei de presente do acaso uma cachorrinha linda. E agora estou voltando pra faculdade, mas mudei um pouco de área, tentando ser prática.

O ano começou e, realmente, mais do que "algo" mudou. Várias coisas em mim mudaram. Mudei meu jeito de lidar com algumas coisas. Sem perceber, acho que consegui seguir quase que piamente todos os conselhos da carta, no que tem de bom e de ruim, com os mesmos personagens (acho que o autor da carta não esperava por isso) e, basicamente, o mesmo cenário, porém, e aí está toda a diferença, com ângulos de filmagens diferentes.

Aí me lembrei de uma frase do Pessoa - para quem também voltei -, que já usei em outra ocasião, mas que, também, agora apareceu sob outras circunstâncias:
"A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias".

Que venha 2011 e que seja bom. *faz uma prece*