sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Autobiografia sem fatos

Transição romântico-realista-moderna

E do alto da majestade de todos os sonhos, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.

caçadora de magia, seguidora convicta da escola DuBoísta-Bovaryana, dependendo sempre da boa vontade de estranhos. caindo sempre na ilusão de que se pode não ser só. tendo a melancolia como hábito e a paz de espírito por desespero. recorte-colagem de discursos alheios. bisbilhotecária-procrastinadora-defenestradora. 
musa ideal de Woody Allen e Almodóvar. clichê barato do coração dos corações de Caio. ninfa ilusionista das odisseias de Homero. pluricelular. antissocialista pluripopular. infância e maturidade por profissão ou pura vontade. crítica voraz das relações de si consigo  mesma. pedra de tropeço do sapato de Drummond. a letra A do seu nome, N do nosso elo.  frase melancólica do corvo de Poe. lira de Davi. vitrine da Garota. verde-musgo de Eça. reflexões paradoxais de Fernando. exceção que faltou à regra. vírgula instante de texto burocrático. rima que não encaixa de poeta parnasiano. 
V de Souza. trigésimo segundo capricho de Goya.
Estante da biblioteca de Borges. sétima face do Gauche. ressaca de Capitu. nota de rodapé de texto não escrito. impúrpura rosa do Cairo.  musa afogada de Camões. dor de cabeça de Luísa. monumento à aspirina de Cabral. azul de Pena Filho. londres de Virgínia. calcanhar de Aquiles. saudade do fado.
aspirante a qualquer coisa.
coisa alguma

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aí vem um Eça e um Fernando e dizem: espere, pare,olhe, respire, retorne. tá tudo errado. vai começar tudo de novo. Sim, de novo.

Manueis malditos.

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