quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Untitled

Às vezes é como se você não existisse. Como se nunca tivesse existido. Como se não tivesse uma vida paralela à nossa, em que você acorda sozinho pela manhã, toma seu café, pega o trânsito, faz suas ligações, trabalha, trabalha, trabalha, conversa com pessoas, ri com seus amigos, vive seu dias como se eu não existisse também.
Nesses dias é  fácil. Nesses dias passo pelos mesmos caminhos pelos quais costumamos passar na volta pra casa sem pensar um segundo em você, sem imaginar que vou vê-lo numa dessas caixas com rodas da Avenida falando ao telefone ou ouvindo o programa do Boechat.

Mas nos dias em que você existe é difícil e  dói.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bilhete a Drummond

mas se de tudo fica um pouco,
por que a sensação de que pra mim não ficou nada?



(nem de mim,
nem de ti,
nem de abelardo.
nem um botão,
nem  um rato?)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Don't wanna be

Chega de encenar eternamente Brigite Jones. Eu sequer tenho Londres a meu favor.




...


Nem o Colin Firth!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cumadi Cida

 
"teu lar é no reino divino limpinho cheirando a alecrim".
 
 
 
 
No coração da mãe sempre cabe mais um, no dela cabe o mundo todo, porque ela é mais. Por isso, quando uma vó se vai, fica todo esse mundo desabrigado e o vazio fica maior. Resta a saudade. E o dever de cuidar do coração do vô, que tá apertado e faltando um pedaço.
 
                                    
 
Bença, vó.
 
Um beijo da sua Cumadi Camila.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

This it is and nothing more.

Muito é o  nada nessa vida.
(G.Rosa)

Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.

Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.

(R. Reis)




Nevermore.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A moça do sonho


Há de haver algum lugar, um confuso casarão
Onde os sonhos serão reais e
a vida não... 
 
 
Seis linhas de pensamentos soltos. Uma dúzia de certezas enroladas. Tem dias que você acorda meio Blanche DuBois e a realidade não cabe na forma das suas expectativas. 
I don't want realism. I want magic. E o direito de poder começar tudo de novo.
 
 
 
-- 

domingo, 29 de julho de 2012

Literatura comparada

O mal de viver a literatura antes da própria vida: já saber antes do início qual será o meio e o desfecho desse livro.
Shakespeare já cantou a pedra muito antes de nós...








segunda-feira, 11 de junho de 2012

seems like pretending


We loved, we laughed, we cried,
...the story ends
and we're just friends.



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(but not like before)


terça-feira, 5 de junho de 2012

De acostumar

A: você  é um péssimo amigo, sabia?
B: Sou um péssimo muitas coisas.
A: você já me amou mais
B: Ainda amo, só não posso resolver sua vida infelizmente. E vice-versa.
Quem dera né Lili?
A: "não sei por que você  não me alivia a dor". Você  precisa ser menos realista,  a verdade tem doído  tanto ultimamente.
(é, quem dera)
B: Nem dói. Tem que se acostumar, Lili.
A: posso até me acostumar...
mas nem de longe vou ficar mais feliz com isso...


♪Acostumar

quinta-feira, 31 de maio de 2012

One art

“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério. ”



(Elisabeth Bishop)
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Now I must wave goodbye...

domingo, 27 de maio de 2012

sábado, 26 de maio de 2012

24-25

Dreams burn but in ashes are gold.


O que nós construímos é  maior que a soma de dois.

yearning for a ticket out

domingo, 20 de maio de 2012

Ouch

 - Preciso ver isso. Acho que tem alguma coisa fora de controle dentro de mim.
 - E por acaso alguma vez na vida você teve controle sobre algo dentro de você?
 - É. Você tem um ponto...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

No desalinho triste das minhas sensações confusas


Uma tristeza de crepúsculo, feita de cansaços e de renúncias falsas, um tédio de sentir qualquer coisa, uma dor como de um soluço parado ou de uma verdade obtida. Desenrola-se-me na alma desatenta esta paisagem de abdicações — áleas de gestos abandonados, canteiros altos de sonhos nem sequer bem sonhados, inconsequências, como muros de buxo dividindo caminhos vazios, suposições, como velhos tanques sem repuxo vivo, tudo se emaranha e se visualiza pobre no desalinho triste das minhas sensações confusas.
(Livro do Desassossego - Bernardo Soares)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Forgive me

E quando a gente se vê de fora e não gosta do que vê? 
Eu tinha pra bater no mundo inteiro, menos em você. 

So please forgive me for when I sing this song.




domingo, 13 de maio de 2012

Due poverelli

sobre músicas, amor e neurolinguística


B: não sei porquê, não sai da minha cabeça. quando cheguei, fui ver a tradução e concluí não só que meu subconsciente fala italiano, como é profunda e irremediavelmente piegas.

A: ho capito che il tuo subconscio è anche un poverello perso in questa noia d'amore...


Musica: Due - Renato Russo